Toxicidade no Sistema Gastrointestinal
Para além de estimular os recetores D2 no tronco cerebral induzindo o vómito, a dopamina está também associada à toxicidade gastrointestinal devido à sua ação na regulação da absorção de água e eletrólitos no intestino.
Quando o L-DOPA exógeno é convertido em dopamina, uma vez no intestino, esta interage com os recetores dopaminérgicos D1, ativando a adenicil-ciclase nas células da musculatura lisa que promovem o aumento dos níveis de cAMP. Como consequência, ocorre vasodilatação coronária, mesentérica e renal. A vasodilatação na vasculatura mesentérica pode levar à dor abdominal e provocar edema. A dopamina, ao ligar-se aos recetores D2 no trato gastrointestinal, atua também como agente anticolinérgico indireto. Dessa forma, diminui a libertação de acetilcolina nos terminais nervosos préganglionares e a sensibilização dos recetores muscarínicos do músculo liso gastrointestinal. Como resultado, ocorre perda do peristaltismo, diminuição da motilidade gástrica e desregulação das secreções gastrintestinais, o que contribui para a dor abdominal, náuseas e vómitos.
Katzung BG, Masters SB, Trevor A. Basic and Clinical Pharmacology. 2012. p. 484-8.